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Maculelê

Na África os negros lutavam empunhando dois pedaços de paus que eles chamavam de Lelés. A rivalidade era intensa entre os Macuas e os Males, estes últimos armavam-se com paus e diziam: ” Vamo esperar Macaus a Lelê” . Disto talvez se origine o nome Maculelê. A expressão “Macuas a Lelê ” sofreu uma corruptela dando origem a palavra maculelê.

Sabemos que somente em dois engenhos se iniciou o Maculelê: O Engenho Partido, cujo proprietário era Joaquim Pereira consentiu que a brincadeira fosse praticada na senzala para disfarçar a luta e Ti- Ajou deu a música e ritmo ao Maculelê.

Contavam os escravos, com especialidade Ti – Ajou: Para a gente de Mali, isto era uma luta de paus. Tínhamos uma nação inimiga, e sempre entravamos em lutas. Esta ação era a dos Macaus. Lá um pedaço de madeira roliça a gente chamava de Lelê. Armados de Lelés nós atacávamos os Macauas, ou os recebia, quando eles pisavam em nossas terras. Dizíamos:, Esperar Macuas com Lelés, depois dizíamos: Macuas com lelês, e falávamos: Macuas lelês. Daí ficamos chamando Maculêlê.

 

Maculelê - tipo de dança, bailado, que se exibe na festa de Nossa Senhora da Purificação, na cidade de Santo Amaro, Bahia. Acredita-se ter evoluído do cucumbi, um antigo folguedo (festas populares de espírito lúdico que se realizam anualmente, em datas determinadas, em diversas regiões do Brasil) de negros, até tornar-se um misto de dança e jogo de bastões, chamados grimas (esgrimas), com os quais os participantes desferem e aparam golpes. Num grau maior de dificuldade e ousadia, pode-se dançar com facões em lugar de bastões. 
Há quem diga que o Maculelê surgiu em Santo Amaro da Purificação, entre os negros de engenho, numa forma de mostrar a luta dos escravos contra o feitor. Outros acreditam que Maculelê era um negro fugido que tinha doença de pele. Ele foi acolhido por uma tribo indígena e cuidado por eles, mas ainda assim não podia realizar todas as atividades com o grupo, por não ser um índio também. 

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